A energia solar teve um ano excepcional no Brasil em 2021. O país entrou para a lista dos 15 líderes mundiais em capacidade instalada para geração de energia solar fotovoltaica - e a expectativa para o setor em 2022 é otimista.

A tendência para o novo ano, aliás, é global. A Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou que, considerando os países de maior capacidade instalada, como China, Alemanha, Japão e Estados Unidos, o uso de energia solar no mundo pode chegar a 30% em 2022. A distribuição global de sistemas fotovoltaicos viu um crescimento histórico nos últimos anos, e contínuas reduções de custo têm impulsionado esse crescimento, liderando as fontes de energia renováveis.

No Brasil, a capacidade de geração de energia solar deve dobrar em 2022, conforme projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A associação espera mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados no país para os segmentos de geração distribuída e geração centralizada, além de mais de 350 mil novos empregos espalhados por todas as regiões do país.

Espaço para crescer

Apesar do boom nos últimos anos, a matriz energética brasileira ainda tem menos de 2% de seu total oriundo de fonte solar. Basicamente, ainda tem muita gente se perguntando o que é energia solar, como funciona a energia solar… Isso significa que o espaço para expandir com a energia fotovoltaica é enorme e as oportunidades não vão parar de surgir.

A geração independente a partir de painéis solares vem se democratizando, especialmente com a crise hídrica que afetou o consumo de energia elétrica em todo o país. Além de contribuir para uma geração de energia sustentável, a instalação de painéis fotovoltaicos nas residências e empresas ajuda o consumidor a economizar na conta de luz, o que é um atrativo para qualquer pessoa. Basta um tanto de conscientização para entender o óbvio, que um painel fotovoltaico converte energia solar em energia elétrica. Simples.

O agronegócio também é visto como um grande impulsionador para o setor nos próximos anos. Como os gastos com energia elétrica correspondem a uma parcela significativa dos custos da produção, o setor tem contado com a fonte solar para alcançar uma produção de alimentos mais lucrativa e sustentável.

Tudo isso combinado à instituição de uma nova legislação para a geração de energia solar no Brasil deve provocar um crescimento nos investimentos em novos sistemas fotovoltaicos nos próximos anos, bem como um aumento significativo na arrecadação dos governos em níveis municipal, estadual e federal.

Empenho global na transição energética

As questões ambientais ocupam um espaço cada vez mais importante nas agendas de governos e empresas por todo o mundo. É importante estar em dia com as pautas de preservação do meio ambiente, com as opções de energias sustentáveis para atrair bons negócios e investimentos. E no Brasil, isso não é exceção.

Em 2021, a transição energética para fontes limpas e a sustentabilidade da indústria de energia foi assunto de destaque na COP 26, que propôs aos países em seu documento final um aumento de esforços para afastar a produção de energia dos combustíveis fósseis.

Pela primeira vez na história do evento, o petróleo, o carvão e o gás natural são reconhecidos como principais causadores de mudanças climáticas no planeta - e a cúpula reforçou a necessidade de reduzir o uso desses combustíveis e de entender a importância da geração de energia sustentável, mas sem estabelecer prazos.

A tendência global condiz com o relatório anual World Energy Outlook publicado no último ano. O estudo aponta que o uso de carvão como fonte de energia nunca voltará aos níveis anteriores, e sua participação na demanda global atingirá uma baixa histórica em 2040, para menos de 20%.

A produção mundial de energia elétrica terá seu crescimento liderado por fontes renováveis de energia durante a próxima década, e a energia solar deve assumir o papel de mola propulsora desse movimento.

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